Escaravelho da Palmeira (Rhynchophorus ferrugineus)
A praga vulgarmente conhecida como Escaravelho da Palmeira de origem tropical, nas décadas de oitenta e noventa, iniciou a sua expansão, na altura pelo Médio Oriente e Norte de África. Na Europa os primeiros registos surgem de Espanha, em 1995, seguidos de confirmações posteriores noutros países da Orla Mediterrânica entre os quais França, Grécia, Itália e Portugal, sendo que no nosso país foi em 2007, que surgiu o primeiro registo em Albufeira numa palmeira da espécie Phoenix Canariensis. Esta é hoje em dia, uma séria e preocupante praga agora comprovadamente em clara ameaça de muitas das palmeiras de todo o território nacional.
É uma espécie prejudicial que afeta a saúde de certas famílias de plantas, preferencialmente palmídeas e em particular a palmeira das Canárias (Phoenix canariensis). Face à sua nocividade, a UE considerou o Escaravelho da Palmeira de luta obrigatória, e estabeleceu medidas de emergência contra a introdução e propagação do mesmo.
Os primeiros sintomas são devidos à atividade alimentar das larvas nos tecidos da planta e estes só poderão ser visíveis, após três meses, ou até mais de um ano, desde o início da infestação.
Nesta fase inicial fica difícil a sua deteção, pois considerando as caraterísticas deste inseto, que se desenvolve dentro da própria planta e as do próprio hospedeiro, que geralmente tem um grande porte e aliado ao facto que a infeção se possa ter dado inicialmente na coroa ou em diferentes partes do caule é importante que para que a sua palmeira possa ser salva, estar atento e conhecer estes sintomas para que o seu tratamento seja o mais eficaz possível.
Caso já tenha detetado esta doença, ainda num nível precoce de infestação, ou quer prevenir a sua palmeira de ficar infetada fica a saber que existem medidas que podem ser implementadas.
Estas medidas podem-se considerar indiretas ou diretas, sendo que aplicam umas ou outras dependo do estado de fitossanidade da planta.
Exemplos de medidas indiretas:
Evitar todo o tipo de feridas, uma vez que as lesões propiciam os ataques. Neste sentido não é recomendável realizar podas nos meses de maior atividade do Escaravelho da Palmeira, limitando-as ao período mais frio do ano, ou seja, de Dezembro a Fevereiro;
Aplicar uma pasta cicatrizante com ação fungicida e inseticida nos cortes que se efetuem;
Medidas diretas:
Plantas sem sintomas em zonas afetadas – realização de tratamentos preventivos, com pulverizações alternadas, com periodicidade, a variar desde 30 a 45 dias, em função da pressão do Escaravelho da Palmeira, utilizando nemátodos entomopatogéneos e inseticidas com uso autorizado em palmeiras.
Plantas com sintomas evidentes: Realização de cirurgia que permita a retirada dos tecidos afetados e aplicação de calda inseticida na zona de intervenção.
Nestas situações poderá optar-se pela realização de injeções ao tronco, utilizando um dos produtos autorizados ou seguir a recomendação acima referida;
Utilização de armadilhas com atrativos para a captura de adultos.
As plantas em que não seja previsível a sua recuperação, recomenda-se o arranque e destruição de todos os restos vegetais. Para esta ação existe a possibilidade de recurso a diferentes vias: trituração, queima (de acordo com a lei vigente) ou entrega em empresa responsável pelo tratamento de resíduos verdes.